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terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

QUARTO POR EMMA DONOGHUE


Esse livro me encantou pela capa. A capa é toda branca com apenas QUARTO escrita em giz de cera colorido. Há também uma casinha de madeira que todos nós já vimos na nossa infância, certo? E nessa casa só há um cômodo. Bem, assim era a vida de Jack e sua mãe. 
     Outra coisa que me chamou a atenção foi que o livro me lembrou duas professoras minhas. A primeira foi a professora de literatura. Estávamos em uma aula sobre literatura e a Doutora Lídia (minha Professora) disse que um livro bem escrito é aquele que desautomatiza a linguagem, ou seja, é aquele que a forma em que foi escrito seja algo que nos faça pensar, por ser totalmente diferente do que estávamos acostumados anteriormente em livros normais. O livro Quarto é assim, ele é narrado pelo Jack, um garotinho de 5 anos que não conhece NADA do mundo, a não ser o que ele viu pela televisão e que até pouco tempo não sabia que existiam de verdade um mundo fora do quarto em que vivia. A forma com que narra o livro transborda inocência e nos encanta durante o livro todo. As maldades do mundo vistas pelos olhos inocentes de uma criança é incrível e tocante. A outra professora foi a de Sociologia, a Amanda. Lembrei das aulas sobre o meio social e a influência deles em nossa vida. A mãe do Jack ficou presa em um quarto por 7 anos e Jack nasceu lá e o quarto era tudo o que conhecia. Eles assistiam um pouco de televisão todos os dias e o pequeno garotinho achava que tudo real era o que existia no quarto e o que o Velho Nick levava pra eles, e tudo o que tinha na televisão era irreal, imaginário, inventado... Quando eles saem de lá (não vou falar como, relaxem) o choque entre real vs imaginário confunde totalmente a cabeça de Jack e até mesmo da sua mãe. Eles tem vários desafios pela frente e um deles, e acredito que o mais difícil para ambos, é o convívio com outras pessoas e a individualidade. A saída do quarto e a realidade do Lá fora são tantas que o garoto se vê com saudades do pequeno quarto em que vivia... Apesar de não terem sido criados em florestas por animais e não terem sido totalmente afastados da sociedade (pois no quarto existia a TV) como foi exemplificado pela Professora Amanda, a comparação foi inevitável e a reflexão também.
     A forma com Emma Donoghue escreve fazendo com que o Jack narre a história foi fantástico. Os erros de concordância presentes ao longo do livro foram super naturais, como se uma criança mesmo tivesse escrito. Ela consegue fazer com que, com a linguagem infantil do menino, a história que deveria ser triste e asquerosa se transformasse em algo doce e inocente, apesar de também triste. A medida com que fui lendo me vi presa dentro daquele quarto junto com eles, vivendo tudo o que eles viviam e vendo o amor incondicional de uma mãe pelo seu filho. Me peguei muitas vezes sorrindo pela ingenuidade da criança em não ver o que realmente estava acontecendo. Isso sem falar nas dúvidas que surgiam, tão comum em crianças dessa idade, mas ainda mais confusas para esse garoto.
     Bem, por mim eu escreveria mais e mais, contudo acredito que se eu falar mais deixarei passar algumas informações importantes, e sinceramente não quero isso. O que eu quis dizer com toda essa resenha é que SIM, o livro está super indicado

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